Estava se sentindo mais peixe fora d’água do nunca desta vez. Aquela sala não era nada confortável. Sua sorte é que pelo menos metade daquelas pessoas se sentiam assim. Não estava ali para fazer amigos, mas eles eram bem-vindo, claro. Era um lugar amplo com pelo menos oito vezes o número de pessoas com que estava acostumada. Rostos estranhos, lugar mais estranho ainda. Assim como todos que se sentem acuados, andou pelo canto até o fundo da sala, procurando não chamar muita atenção. Escolheu um lugar um pouco isolado, colocou suas coisas, pegou seu livro, e pretendia ficar quieta ali até a aula começar. Apenas pretendia, pois sua curiosidade falou mais alto. Ela parava de cinco em cinco segundos para olhas as pessoas o seu redor. Observou muitas como ela, deslocadas em um canto. Será que um dia tudo aquilo seria familiar? Óbvio que sim, pensou. Já havia se acostumado em momentos piores. Era só uma questão de tempo. Afinal essa rotina não precisava ser um teste de sobrevivência.
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